terça-feira, 28 de abril de 2009

A diferença entre saber o que fazer e saber fazer

“Essa bola é teta! O lance é você bater a uns 30% da cara da 7, com efeito reverso e força intermediária, aí tu derruba ela, a branca alinha na preta e pronto, é só rolar a 8 pra fechar o jogo.”


Simples! Fácil! Eu sou ruim de sinuca, mas consigo “ler” a partida e chegar a essa conclusão. Mas agora, me pergunte: Você consegue?


Não. É óbvio que não. Acertar a 7 na caçapa já é um lance mais do que desafiador pra mim, fazer isso com o efeito certo, acertar a força e ainda deixar a preta “morta” é demais pra minha paciência, habilidade e coordenação motora.


Entre as poucas coisas que eu sei fazer com alguma destreza, uma delas é ser goleiro de futebol (Salão ou suíço. Futebol de campo eu nunca joguei como goleiro). Quando alguém joga de gol e eu to jogando na linha, também tenho o costume de menosprezar a dificuldade das jogadas...”Porra, é só fechar a merda do ângulo, caralho!!!”. A diferença é que nem todo mundo sabe COMO fechar o tal do ângulo.


Todo ser humano tem essa mania de pensar que tudo o que ele sabe fazer é fácil, achar que os que não conseguem fazer o mesmo são desprovidos de alguma parte importante do cérebro e que é obrigação alheia fazer aquilo com a mesma habilidade. O problema é que todos sabem o que devem fazer o tempo todo, mas quase nunca sabem como fazer.


Se conseguir fazer as coisas fosse tão fácil quanto saber o que fazer, eu temeria pelo futuro do matrimônio. Afinal, todos sabem os “atalhos” para a conquista das mulheres, e o mundo ia virar uma putaria. Todos os homens conquistariam todas as mulheres...seria o triunfo da poligamia!


Talvez as mulheres nem saibam dessa particularidade do universo masculino, mas quando estamos afim de alguém é muito comum ouvir dos parceiros as dicas certeiras de sedução. E o pior: As dicas do galã passador de rodo da turma e do tronxo que só beijou a mãe no rosto até hoje serão as mesmas.


“...Esteja bem arrumado, cheiroso e demonstre confiança: Mulher gosta de segurança! Faça ela se divertir, arranque sorrisos dela, mas não exagere na dose senão você vira amigo. Seja agradável, escute mais o que ela tem a dizer do que fale de si, elogie a menina mas não a coloque num pedestal...”...”...Se ela começar a arrumar o cabelo e ficar tocando bastante em você, significa que ela ta na tua! Seja objetivo e corra pro abraço!”.


Quantas vezes eu ouvi isso? Incontáveis. De quantos caras eu ouvi isso? Inúmeros. Quantas vezes eu fiz isso tudo? Provavelmente, nenhuma. E se tem alguém que faz isso tudo sempre, por favor, me dá um autógrafo. Até acredito que uns caras são capazes de seguir a cartilha com mulheres “comuns”, mas quando o cara gosta da menina mesmo, ele vira um idiota (Eu já disse aqui que todo homem é burro? Não? Ok. Todo homem é burro. É o nosso segredo mais mal guardado. Homem fede de burro.)


E aí, depois que finalmente você fez tudo errado e não conquistou a menina, o mais legal é ouvir do seu amigo virgem...Eu não te falei???”.


Sim, você falou. Mas você já fez? Não, não fez.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

O rock acabou

“O rock acabou, melhor ligar sua TV...” Moptop


Críticos de música costumam ser uma raça ainda pior do que a dos comentaristas de futebol. Falam sobre o que não entendem, mas pensam que entendem só porque conhecem uma banda obscura de rock progressivo, que durou 2 meses, fez 2 shows na história, ambos em um porão no interior da Noruega, e gravaram um de seus ensaios, que virou álbum por pura fanfarronice.


Esses seres, amargurados porque não conseguiram comer ninguém com suas mal sucedidas bandas de orientação indie, procuram a todo o momento a salvação do rock, como se o rock estivesse na beira da ponte Rio – Niterói, com uma pedra amarrada na canela e dizendo “Aiii, gente, sério, to falando muito sério, eu vou pular....eu vou pular!!! Se meu amor não me ligar agora, eu vou pulaaaar!!!!”. Isso é mania de querer achar tudo ruim e ficar buscando os novos beatles em alguma cidadezinha qualquer da Grã-Bretanha.


Introduzida a minha opinião sobre esses seres, com dor no coração, vergonha e braço torcido, eu preciso admitir: Eles tinham razão. Eu não os ouvi enquanto o rock estava “na beira do caos, na beira do mal, em uma piração total”, e agora o rock acabou.


O que se tem por aí não é rock, é algo muito parecido, mas não é. As guitarras distorcidas continuam lá, a bateria continua no mesmo compasso, os solos virtuosos também continuam na cartilha, mas a essência acabou, afinal, cadê o garrafão de vinho?


Antigamente, quando se ia a um inferninho rock´n´roll qualquer, você entrava em um lugar vagabundo e sujo, não sem antes fazer um “esquenta” com vinho barato ou tubão. Onde foram parar as latas de Kaiser quente que bebíamos lá dentro? E as gordinhas, feias e branquelas? Será que foram vestir suas roupas pretas nas baladas sertanejas? E a maioria absoluta de homens? Será que o Brasil está em guerra e levaram os homens embora? Onde estão os cabeludos dormindo no mictório?


Eis que agora o bar de rock é um lugar legal e limpo. O cardápio de bebidas envolve heineken gelada e destilados importados. Os homens estão melhor vestidos, com os cabelos cortados e não são mais maioria absoluta. Já as gordinhas fizeram regime, plástica, bronzeamento artificial e uma consultoria de moda e estão em número cada vez maior enfeitando o ambiente.


O que aconteceu? Será que é culpa do aquecimento global? Deve ser culpa do Lula!!!


Isso não é rock! É parecido, mas rock não é!


E quer saber? Vai com Deus rock...se divirta qualquer que seja o lugar pra onde você foi, mas por favor, não volte nunca mais. O seu substituto é melhor, muito melhor!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Nascendo no lugar errado

“Ai, não sei...às vezes sinto que eu não sou daqui, sabe?!?!? Parece...sei lá, que aqui não é o meu lugar...”.


Coisa comum de se ouvir entre peruazinhas inconformadas por não terem nascido em Paris, essa declaração pode querer dizer muitas outras coisas também. Imagine um gaúcho que odeia música gaúcha? Pode acontecer, meu pai mesmo, é lageano (Lages fica em SC, mas tem o Alvará para ser gaúcha, com certeza absoluta) e não suporta música gaúcha. Claro que não hesitou quando surgiu a possibilidade de vir para Curitiba.


Na contramão disso, outro dia vi uma menina dizer que gostaria de ter nascido no Rio Grande do Sul, já que ela amava a cultura deles, torcia pro Grêmio e achava que o estado do Paraná não tem uma história e cultura interessantes. Obviamente não perdi a chance de dizer pra ela que a revoltinha que eles estavam preparando, quem sabe pensando em instituir o chimarrão como bebida nacional, parou aqui na Lapa, onde acabou a brincadeira e eles voltaram para O SUL É MEU PAÍS fazer fogo de chão. Até que a menina, que era do interior do Paraná, se convenceu.


Deixando a viad...ops....gauchada de lado, penso nos pobres coitados apaixonados por futebol que torcem para um time de fora da sua cidade. Imagino que morando em Picos, deve ser foda torcer para um time regional, e esperar o Flamengo jogar no Piauí também não é a coisa mais fácil do mundo. Eu moro perto do meu time, são exatos 7 tubos de bi-articulado entre minha casa e a Vila mais histórica do mundo, sou muito feliz por isso, e imagino que se fosse diferente eu realmente seria um cara menos feliz.


Mas, mesmo morando perto do meu time, numa cidade que eu adoro e sendo orgulhoso da cultura local, eu também sofro com o nascimento no lugar errado. Antes que alguns engraçadinhos pensem, o problema também não está em eu ter nascido no hospital de São José dos Pinhais (Minha cidade tem aeroporto internacional, e a tua? =P ), menos ainda meu problema é ser brasileiro, já que sou um defensor ferrenho dos assuntos que envolvam nossa pátria.


O problema são os meus cabelos! Outrora tão exaltados pelos cabelereiros da cidade “Nossa, quanto cabelo tem esse menino!”, agora, como se fossem aves migratórias em busca de melhor condição de vida, eles estão morrendo na cabeça e reencarnando em outras partes do corpo. Até imagino meus pêlos, antes de fugirem da minha cabeça, em uma declaração emocionada...


“Ai, não sei...às vezes sinto que eu não sou daqui, sabe?!?!? Parece...sei lá, que aqui não é o meu lugar...”.


P.s: Gauchada! Aqui é tudo brincadeirinha viu!?!? Obviamente não vou reduzir os maragatos a meros revoltadinhos e as razões deles a imposição do mate amargo como bebida nacional.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Expulsando visitas de casa

Poucos gostam de ser solitários, afinal, estar sempre próximo de alguém, principalmente alguém que se goste, é essencial para a felicidade das pessoas. Mas existem aqueles momentos que tudo que você mais quer é estar sozinho, em uma ilha afastada 250 quilômetros da civilização mais próxima, para você fazer o que quiser sem ser importunado.


Infelizmente, existem pessoas com o dom, quiçá um pacto diabólico, para saber o momento exato em que você quer ficar sozinho e decidem lhe visitar justamente nessa hora. Vale salientar que em 101% dos casos são pessoas que você nem se importa muito, não são grandes amigos ou familiares que você realmente quer bem, são sempre pessoas que não lhe acrescentam muita coisa aparecendo no momento mais inconveniente possível.


O terror, o ódio, as lágrimas, tudo lhe vem à mente, mas você, educado no colégio do seu bairro, mas com orientação suíça, não tem coragem de falar o bom e competente “VAZA!”. É aí que entra a perspicácia, a sapiência, o jeitinho brasileiro e a lembrança daquilo que está guardado no mais profundo armário do quarto da empregada: O álbum de fotografias.


Comece pegando leve: Mostre as fotos do seu ano novo com pessoas que os inconvenientes visitantes conhecem “de longe”, os entretenha por alguns minutos, para eles pensarem que a visita deles o agrada. Não precisa terminar aquele álbum de fotos, fale, com o devido entusiasmo: “Meu! Lembrei de um negócio que você vai ADORAR ver!” e busque o terrível álbum do casamento de seus pais! Não há ser humano que suporte ver fotos iguais, antigas e de pessoas as quais elas nunca viram na vida. Mostre as fotos sempre destacando os detalhes nada interessantes, como o seu tio que você só viu uma vez na sua vida (e estava bêbado, claro) e que tem um nome estranho.


Quando seus queridos colegas estiverem com o saco a ponto de explodir, mostre a arma final: O vídeo da sua formatura. Pessoas desconhecidas fazendo micagens em churrascos aleatórios, abraços emocionados dos seus colegas, “Somewhere Over The Rainbow” em versão “guitarra havaiana” sendo tocada ao fundo, eu garanto, não existe ser vivo, nem mesmo as plantas, capaz de suportar tanto por mais de 4 minutos.


Pronto, o trabalho está feito e a sua solidão garantida. Você não terá nem tempo de largar a graciosa e cínica frase...”Fica mais, tem bolo!”

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Impaciente

Pela primeira vez em décadas eu passei um domingo em casa e não fiquei puto. Afinal de contas, imaginar a possibilidade de ter como companhia Fausto Silva e Gugu Liberato estraga com o ano de qualquer ser humano provido de cérebro. Mas ontem foi diferente: Estava tão cansado que abri mão de ir em um show que eu queria muito ir (até porque estava mais caro do que o meu bolso anda podendo pagar) e fiquei curtindo o domingo em casa, assistindo futebol, simpsons e family guy (Que é bom ressaltar que eu nunca tinha parado pra assistir, mas achei genial!).

Mas hoje, segunda feira, estou de saco cheio! Não agüento ficar aqui parado, mesmo tendo o que fazer na rua, eu vou “resolver” tudo em pouco tempo e vou ter que ficar aqui parado de novo, e isso está me irritando “sobremaneira”.

Acho que vou me inscrever em uma colônia de férias para adultos desocupados.

=(

domingo, 12 de abril de 2009

Ócio Criativo

Não sei se foi o excesso de cerveja no fim de semana, mas eu estou há 1 hora olhando pro meu monitor, tentando escrever, e não sai nada.

Queridos amigos, por favor, sugiram um tema, juro que nunca mais peço ajuda!

Grato!