quarta-feira, 15 de julho de 2009

Antes eles do que eu

“- Sabe fulana, to me sentindo meio velho já...puxa, sábado que vem minha amiga vai casar!!!

- Velho? Você é bem mais novo que eu, não tem nada a ver...

- Eu sei! Mas essa minha amiga, puxa, lembro dela no cursinho, tinha acabado de conhecer o namorado...agora ta formada faz horas, e ta casando!!!

- Você acha ruim ver os outros casando assim?

- Aham, me sinto envelhecendo...

- Bom, pense assim: Antes eles do que eu!”

Foi como se tirassem um peso das minhas costas: As coisas não estão tão ruins quanto eu pensava, afinal de contas, eu sou solteiro!!! Já pensou se fosse eu quem estivesse casando? Cruz credo. Desde então me vieram idéias egoístas, pensando sempre que era melhor que as tragédias acontecessem com os outros do que comigo.

Um amigo meu já me ensinava há tempos a nata do egoísmo:

“Cara, caiu um avião lotado em cima de um hospital, morreram umas 500 pessoas, pegou fogo na cidade e todos os moradores ficaram com câncer nas bolas...

...- Antes eles do que eu!

...era o que se ouvia, logo após o som de um tranqüilo e aliviado gole no seu copo de cerveja. Claro que não se pode esperar nada diferente de um cara que tira o nome dos colegas da capa de um trabalho da faculdade por birra, pero, nesse caso o seu egoísmo era uma lição de vida.

O que eu posso fazer com essas tragédias? Ressuscitar todo mundo? Bom, eu não tenho esse poder (Se esse meu amigo tivesse, provavelmente gastaria suas energias transformando água em vinho...). E se chega uma carta única da companhia elétrica da sua região, dizendo que ou o seu apartamento ou o do seu vizinho de porta iria ter que ficar sem luz por uma semana, e quem tivesse disposto a ficar sem luz era só “não responder à correspondência”...você entregaria a carta a seu vizinho?

Pois é, é assim que funciona, altruísta mesmo ninguém é, e se existisse uma lei que exigisse que alguém no mundo tinha que ser...

...bom, antes eles do que eu!

domingo, 5 de julho de 2009

Maracangalha

Eu pesquisei: A Maracangalha não é mesmo nenhum lugar realmente relevante, não passa de um bairro em Belém e de um distrito de um município do interior da Bahia, e se você quiser checar, digita lá no wikipedia. Mas da onde o Dorival tirou a Maracangalha então? A história é bonitinha, se não fosse absurdamente canalha. Caymmi tinha um amigo que tinha 2 famílias, e pra visitar uma delas, falava pra sua esposa que ia pra Maracangalha (aquela da Bahia) à trabalho.

Confesso me sentir decepcionado em descobrir que a Maracangalha não é uma ilha caribenha, com muito sol, praias lindas e cheia de pessoas felizes dançando no meio da rua, mais ou menos o que os americanos imaginam do Brasil, mas trocando os índios por caucasianos e macacos por drinks de frutas multi-coloridos. Na pior das hipóteses, a Maracangalha seria uma praia linda na costa nordestina brasileira.

Mas se a Maracangalha era um distrito numa cidadezinha da Bahia a qual Zezinho (Amigo do Dorival) trazia açúcar, por que o Dorival iria pra lá de chapéu de palha? Não seria mais interessante ele ir pra outro lugar com esse chapéu? E por que a Nália iria ter vontade de ir pra essa porra de buraco? E o preguiçoso querendo fazer inveja pra mina ainda, hunf...

Essas coisas me fazem pensar: Eu fico me batendo pra escrever algo “que faça sentido” aqui, adorava escrever minhas letras de música quando era novo, e me preocupava se elas queriam dizer alguma coisa, enquanto um baiano “quatizento” escreve uma coisa sem sentido e estoura nas paradas.

E o Jorge Benjor? Jacarezinho? Avião? Cuidado com o disco voador??? Melhor nem continuar a letra pra não ficar paranóico tentando encontrar 5 palavras em seqüência que formem uma frase com sentido. Pior que isso, só as letras cheias de metáforas exageradas (Renato Russo está triste via buddypoke), gênios incompreendidos com um violão na mão são mais perigosos do que dividir seringa com o Cazuza. Parece que quanto mais o cidadão divaga na letra, mais genial ele se torna, e se ele é reconhecido como gênio, pode escrever qualquer coisa sem sentido, que as pessoas tentarão achar poesia naquilo, o cidadão fica com tanta credibilidade que se torna um grande modelo para publicidade.

Alô, alô W/ Brasil !!!