quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Cartão de crédito: Faça parte da galera!!!

Escute essa música do Mastercard abaixo antes de mais nada:




Escutou?

Antes de mais nada, gostaria de dizer que acho essa música simplesmente genial, um dos jingles mais bacanas que já ouvi, e com certeza um dos melhores nos últimos anos, tanto “mercadologicamente” falando quanto musicalmente. Pena que essa cançãozinha com uma letra tão bem feita e uma melodia tão legal não vai pagar as minhas contas.

Pois é, eles mostram para você que ter um cartão de crédito te fará um aventureiro, de espírito jovem e cheio de disposição, um cara que topa qualquer balada, e que pode até comprar serviços de povos que ainda não conhecem o papel moeda, mas já aceitam mastercard. Até aí, tudo certo: Mas eles ainda não contaram quem é que leva os espelhos para os índios depois que você passa o seu moderno cartão com chip ao alugar uma prancha pra surfar na pororoca.

Se você não sabia, sinto te desapontar, mas a conta quem paga é você, e o pior, com essa liberdade toda você não controla nada (Sabe daquela história de que todo bêbado é rico e coisa e tal...). Quando chega a sua fatura no fim do mês, você já começa a olhar na sua casa o que pode te render uns trocados no mercado livre (I miss you, Fender). Bem, nem todo mundo tem uma guitarra, um mega drive, uma esteira ou um fax velho sobrando pra vender, e o que resta é pagar o mínimo.

“Quem é da galera, deve pro Visa!”, esse sim deveria ser o apelo. Todos os jovens descolados (exceto os que estudaram medicina ou engenharia) que saem na noite e viajam com os amigos devem pro seu cartão de crédito. Pagar o mínimo ou ficar sem nenhum centavo após pagar sua fatura hoje em dia já é questão de status! Seria honesto e quem sabe até mais efetivo do que qualquer musiquinha de balão! Imagine o seguinte comercial: Uma menina gata e animada chega na fila do banco pra pagar sua fatura Mastercard, enquanto a caixa pergunta - “Vai pagar quanto???”. A menina, bronzeada e recém chegada de um feriado na praia, sorri e fala com empolgação - “Eu vou pagar o mínimo!!!”. Quem é que não queria ser uma pessoa bonita e com uma vida agitada como ela? E que jovem que pode pagar mais do que o mínimo? Clientes premium (com uma renda mensal acima de R$ 400,00) poderiam até ter um mínimo de apenas 5% do total da fatura!

Faça parte da galera que entrega seu salário todo pra operadora de cartões de crédito. Eu já faço, e você?

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Tá “nervosso”, Patrón?

Que ano abençoado! Parece até que todos os feriados caíram nas segundas e sextas-feiras e todo mundo pôde ter vários dias seguidos de descanso.

Que ano caro! Com tantos feriados e companhias dispostas, eu viajei mais do que os nossos 2 últimos presidentes. Depois de diversas idas à praias, festas e encontros familiares, só faltava a viagem de compras: Hola, Paraguay!

Foz do Iguaçu é longe demais, e como é uma cidade que ferve de turistas e não tinha um hotel com vagas no feriado, dormimos a primeira noite em Cascavel, que ficava no caminho. Eu teria muito pra falar de uma cidade cheia de mulheres bonitas, homens feios e uma rede de lojas chamada “D´brussus”, mas isso mereceria outro post. No dia seguinte, bem cedo, fomos à Foz, chegamos em um hotel e tentamos uma vaga, deixamos o carro lá e atravessamos a fronteira.

Para quem não sabe, aquela região é uma das mais quentes do Brasil e Ciudad Del Leste é uma das cidades mais porcas do mundo. O cenário já não é animador, mas piora: Os vendedores ambulantes paraguaios são um dos tipos de seres humanos mais chatos do mundo, ficando atrás apenas dos atleticanos. Em meio à gritos de “meias, meias meias”, “pedrai, pedrai, pedrai” (Possivelmente pen drive em guarani) e “Que procuras?”, qualquer olhar ou não bem-educado são entendidos como “eu quero muito comprar seu produto!”, fazendo esses seres lhe perseguirem por dezenas de metros gritando ao seu lado “Ta barato, ta barato, ta barato!!!!”, até que você se irrite e seja obrigado a escutar um “Tá “nervosso”, Patrón?”.

Depois de algumas compras, muitos graus celsius na cabeça, uma camisa original do Paraná autografada pelo Faustão a venda em uma barraquinha, vontades de mandar os argentinos pastarem e brigas intensas com as máquinas do casino, um certo amigo meu conseguiu fechar com chave de ouro ao ser pego com um spray de pimenta na aduana. Mas ele ter sido infectado instantaneamente pelo mal de parkinson não fez a viagem ficar menos boa, afinal de contas, não é porque ele tinha se cagado inteiro que a gente ia parar de fazer piada e falar besteira.