quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Só no ano 2000

Envelhecer é dose. A cada semana que passa, eu já não celebro o tão aguardado fim de semana que chegou logo, mas lamento a velocidade do tempo, que passa rápido demais e me faz perceber que já estou ficando velho e ainda não fiz nada de bom da minha vida. Eu já tenho menos cabelos do que tinha antes, vou a galope rumo aos 30 anos, e ainda não fiz metade (sendo otimista) do que planejava ter feito quando chegasse nessa situação. Tudo bem, esse post não é um lamento ou uma obra do saudosismo que insiste em fazer parte de mim, mas esse primeiro parágrafo serve pra lembrar como o tempo passa voando, e eu possa, enfim, falar sobre o verdadeiro tema do texto.


Nós temos mania de falar “frases prontas” em certos casos, por exemplo, se eu conto alguma história de alguma menina que conheci pro Farinha, automaticamente ele responde: “Meu, você é feio!”, ou se conto uma história meio cabulosa pro Roque, prontamente ele me diz: “Não boto uma fé”. Eu também tenho as minhas respostas automáticas, mas lembro que quando criança, quando falavam alguma mentira, ou algo que não ia acontecer nunca, eu respondia: “Ih, só se for no ano 2000!!!”. O ano 2000 era a referência de tempo mais longe que eu poderia imaginar, talvez até porque eu achava que do ano 2000 o mundo não passava (Eu não podia ouvir falar em apocalipse, que já me dava calafrios!). Eu pensava que eu seria “grande” quando chegasse aos 16 anos, eu realmente pensava que os recém debutantes mereciam respeito pela avançada idade, e entendia que quem chegasse aos 20 e não fosse casado, com filhos, casa própria e um bom carro na garagem era um derrotado. Ironicamente, 16 anos era a idade que eu tinha no ano 2000, e foi quando eu percebi que o ano 2000 não era tão distante e que “homens” de 16 anos ainda não eram nada, pois eu me trancava de medo do fim dos tempos, dirigia pior do que uma senhora cega (obviamente com o pai do lado, porque eu não tinha idade pra tirar carteira) e não fazia idéia de como se preparava um macarrão. Não duvide que eu seria capaz de preparar um na churrasqueira, tamanha era minha inaptidão para a cozinha naqueles tempos (não que tenha melhorado grandes coisas...).


Com a aproximação do ano 2000, a referência de longitude no tempo era o ano de 2010...porra, uma DÉCADA depois do ANO 2000!!! De fato, uma época inalcançável, que é NO ANO QUE VEM!!! Pelo menos 2014 está aí, e eu torço, com todas as minhas forças, que as seleções sueca, espanhola e italiana tenham Curitiba como sede na Copa, e que suas torcedoras, sedentas por conhecer o swing latino e exótico do brasileiro, se hospedem em um hotel próximo ao estádio, que felizmente é muito próximo da minha casa.


Dureza é chegar em 2014, com 30 anos, careca e ainda morando com a mãe...


=(

6 comentários:

Heleninha disse...

vou ali cortar os pulsos, volto depois
=/
buaaaaaaa

Anônimo disse...

boa...
viu como é bom um empurrão amigo pra vc acordar e parar de escrever besteira?
legal... na minha cabeça, nem um pouco egocentrica, foi graças a mim que vc escreveu algo bom...
de nada!

Anônimo disse...

gostei muito!

todo mundo (eu prefiro acreditar que sim) tenta aproveitar o presente e coisa e tal.
mas, isso só funciona na teoria.
na atual fase capitalista viabilizada por avanços tecnológicos que nos encontramos, não existe pessoa que não seja ansiosa.

se preocupar com o futuro é a coisa mais besta que fazemos.

li uma coisa esses dias que descreve bem isso: "it´s a long way to nothing at all".

bjo bjo.
ps: e vê se para de reclamar, criatura.

Karen Pagno disse...

até os 20 tem q ter casa montada, filhos e tudo mais???

vo ali cortar os pulsos tbem! :S

e nem te estressa com o tempo pq ele sempre ganha mesmo!

:D

B. disse...

Que tristeza, é bem isso mesmo...tenho essa nítida sensação de que o tempo voou depois que fiz 18 anos...

Por motivos de segurança, a partir de agora, melhor usar o ano 3000 como referencia de data inalcançavel, huahauhau

Bjos

Leandro Iamin disse...

Eduardo Violão. Que surpreendente você aparecer no meu blog alternativo, hehehe. Abraço, iamin.